segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Raiz forte


Inspirações noturnas não são muito a minha cara. A noite ao meu ver combina mais com os acompanhados do que aos solitarios. sempre me encaixei no segundo grupo, mas nunca fui desses de acordar no meio da noite e ter surtos de loucura racional ou de insonias mal resolvidas.

Eu não era, nunca fui e por algum motivo hoje eu sou. Hoje apenas um dia, mas como me conheço, e há como me conheço!, sei que talvez me torne mais um nessa noite sem fim e sem luz, com as palpebras bem abertas, latejando por atenção e esperando que algo que eu sei que não vai acontecer aconteça antes do astro rei dar seu sinal de vida.

Nessas horas que com certeza voarão, fico aqui. Com coração metade na boca e metade na mão. Metade querendo que tudo se resolva e metade querendo te dizer umas verdades. Metade com raiva e a outra metade com duvida da raiva.

Estranhamente eu que nunca fui desses de concordar, hoje por motivos mil acabo concordando com tudo. Concordo por não saber o que se passa, por não saber o que acontece, por ainda ter esperanças verdadeiras. Aquelas esperanças de quando você ainda é uma criança, as mais puras, de que eu posso continuar apertando essa tecla. A mais gasta do meu teclado. Aquela que a meses atrás era intocada e eu nem queria e nem gostava de tocar, talvez por nunca ter sabido o verdadeiro significado dela, ou por te-la clicada algumas vezes sem o verdadeiro motivo.

Esse motivo que me guia, que me segue, que mais parece um martirio, uma prisão, uma penitencia. Um motivo de vida que me suga mais e mais, me deixa na duvida, me deixa perplexo ao saber de algumas coisas e mais perplexo ao descobrir que nada deles sei.

A vontade que me da nessa imensidão noturna é jogar tudo pro alto. Foda-se! Hora de desistir e refazer tudo de novo. Mudar o jogo saca? Novas pessoas, novos assuntos, novas idéias, novos ideais. Aprendi com a vida que desistir não o torna um perdedor, de forma alguma. O torna alguem que simplesmente gosta de mudar tudo quando aquilo se torna totalmente sem nexo, chato, repetido e repetitivo. Alguém que gosta de novidades por não se adaptar sempre ao que já se sabe que ocorrerá.

Mas dessa vez, não irei jogar tudo aos ventos, não mesmo. Agora que eu me doei ao máximo na caminhada não seria justo com a minha mente calejada de levar pancadas e com meu corpo cansado de levar pesos extra.

Por sorte ou azar, essa é a unica coisa no mundo que não irei jogar fora. Pelo menos até ter a plena razão de que tudo que sei é verdade, que tudo que não sei é verdade, que tudo que disseram é verdade, que tudo que digo é verdade. Uma hora, por mais tardar que for, ela aparecera, e ai veremos o rumo que terei de tomar. Até lá, continuo o mesmo, independente das verdadeiras verdades que querem que eu acredito.

Minhas raizes estão plantadas e não tem como tirar, só se cortar, tirar o mal pela raiz como dizem.

Até lá, posso ser a erva daninha que todo dia nasce em um lugar diferente, indesejada e chata, que só esta ali para dar trabalho e nada mais. Ou serei a tal erva benigna, que trás curas e alivios, bem cuidada e regada com todo carinho do mundo. Aquela que você mais e mais quer que cresça e tenha bons frutos. Aquela que de tão boa crescem os olhos dos invejosos e que de tão boa nos deixa de olhos semi fechados e nos leve a pensamentos além desse mundo.

Esse sou eu. Essa é mais uma página do meu diario de bordo.

2 comentários:

  1. esse é vc, ou sou eu?
    Estou cheia de raizes , bem profundas, e que ninguem jamais conseguiu arrancar, nao sei se isso é bom ou ruim. se cuida,abração

    ResponderExcluir
  2. Não deveria ter parado de atualizar aqui.

    ResponderExcluir